Hackers invadem sistema da Light e pedem resgate de US$ 7 milhões
Cibercriminosos pediram o pagamento em criptomoedas quase impossíveis de rastrear
Por Cleo Guimarães – Publicado em 17 jun 2020
Comunicar-se com a Light através do site da empresa – para relatar algum problema no fornecimento de energia, por exemplo – virou uma árdua tarefa desde terça (16). A empresa afirma ter sido vítima de um ataque de vírus, mas o que motivou este ataque vem sendo mantido em sigilo: hackers invadiram o sistema e enviaram um vírus que criptografa todos os arquivos do sistema Windows.
Criptografar significa codificar de um modo que o arquivo fica inacessível caso não haja uma espécie de chave digital para “descriptografá-lo”. Ou seja, na prática, trata-se de um sequestro de dados. E para liberá-los de volta, os hackers pedem um resgate de US$ 7 milhões, que seriam pagos em criptomoedas – mais especificamente 107.213,96 em Moneros (XMR), uma moeda que, ao contrário dos bitcoins, são irrastreáveis.
Os cibercriminosos deram um prazo de dois dias para o pagamento, sob pena de aumentar o valor. O sequestro dos dados não causa problemas no abastecimento de energia, mas afeta o administrativo das empresas, e se não for resolvido a curto prazo pode afetar faturamento e cobranças.
Procurada por VEJA RIO, a Light enviou uma nota na qual informa que “sofreu, nesta terça-feira (16/6), um ataque de vírus em seus computadores. O corpo técnico da empresa vem elaborando diagnósticos, ações e recomendações que estão sendo seguidas por seus colaboradores.”
Anuncia também que “os serviços de atendimento ao cliente estão enfrentando dificuldades técnicas”, e que está trabalhando para resolver o problema “o mais rápido possível”. Questionada sobre o sequestro de dados, a assessoria de imprensa disse que “outras informações sobre o caso são sigilosas”.
https://vejario.abril.com.br/cidade/hackers-invadem-light-resgate/
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Ataque cibernético estrangeiro atinge Austrália, diz primeiro-ministro
Ação de hacker ligado a governo de outro país atingiu órgãos governamentais e empresas australianas. Premiê Scott Morrison alega que ciberataque não abriu “nenhuma brecha” nas informações pessoais de funcionários dessas instituições.
Por G1 – 18/06/2020
O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, afirmou nesta sexta-feira (19, horário local) que instituições do governo local e outras organizações, inclusive empresas, sofreram ataque cibernético. Segundo ele, a ação foi feita por hackers com conexão com “estados estrangeiros”, mas não detalhou qual país poderia estar envolvido.
De acordo com a emissora australiana ABC, Morrison disse que o ataque hacker atingiu o governo, as indústrias, organizações políticas, instituições de educação e saúde — inclusive fornecedores de serviços essenciais e de infra-estrutura.
“Sabemos que é um ator cibernético sofisticado com base em um estado por causa do tamanho e da natureza dos alvos e pelo de tipo de ferramenta usada”, afirmou o primeiro-ministro.
Morrison alegou que “nenhuma brecha de larga escala” de informações pessoais de australianos vazou. Porém, ele disse que a ação maliciosa justificava o aviso. “É por isso que estamos abordando esse assunto, para aumentar o cuidado com isso.”
“Esse fato apresentado pelas ameaças não são surpresa no mundo em que vivemos agora”, acrescentou o premiê.
Segundo a emissora britânica BBC, os sistemas de computadores de partidos políticos e o Parlamento australianos foram atingidos por uma “intrusão maliciosa” por “sofisticados agentes de estado”.