Sapiens por Yuval Harari: do início até a revolução científica e além


por Evandro Milet (pelo resumo do livro Sapiens: Uma breve história da humanidade)

Três importantes revoluções definiram o curso da história. A Revolução Cognitiva deu início à história, há cerca de 70 mil anos, a Revolução Agrícola a acelerou, por volta de 12 mil anos atrás e a Revolução Científica, que começou há apenas 500 anos, pode muito bem colocar um fim à história e dar início a algo completamente diferente.

As características singulares dos humanos são o cérebro grande e a capacidade de andar eretos sobre as duas pernas. Essa capacidade liberou as mãos para produzir e manipular ferramentas, critérios pelos quais os arqueólogos reconhecem humanos antigos.

Um passo importante rumo ao topo foi a domesticação do fogo, há 800 mil anos. Cozinhar alimentos permitiu aos humanos, gastar menos tempo com alimentação, encurtar o trato intestinal e liberar energia que permitiu o crescimento do cérebro.

Há 150 mil anos a África Oriental já estava povoada por sapiens que pareciam exatamente como nós e há 70 mil anos eles se espalharam pela Eurásia e, segundo se supõe, ajudaram a extinguir os outros humanos inclusive os neandertais. A maior suposição sobre porque os Sapiens conseguiram se tornar a única espécie humana é atribuída à sua linguagem única e incrivelmente versátil. O surgimento de novas formas de pensar e se comunicar, entre 70 mil e 30 mil anos atrás constitui a Revolução Cognitiva

A característica verdadeiramente única da nossa linguagem é a capacidade de transmitir informações sobre coisas que não existem, sobre ficção, e fazer isso coletivamente. Mitos, religiões, governos, empresas, dinheiro, leis ou justiça são abstrações que só os humanos conseguem criar, permitindo a cooperação entre um grande número de estranhos, diferentemente dos outros animais cujos grupos são pequenos e só conseguem se comunicar sobre coisas reais como rios, árvores ou leões.

A Revolução Cognitiva é o ponto em que a história declarou independência da biologia.

Há 10 mil anos os Sapiens começaram a deixar de ser caçadores-coletores e passaram a manipular a vida de algumas espécies de animais e plantas, se fixando em territórios e  dando início à Revolução Agrícola.

Quando, depois da Revolução Agrícola, começaram a surgir sociedades particularmente complexas, um novo tipo de informação se tornou vital: os números. Os caçadores -coletores nunca precisaram lidar com grande quantidade de dados matemáticos, de modo que o cérebro humano não se adaptou para armazenar e processar números. Mas, para manter um reino grande, dados matemáticos eram fundamentais. E para armazenar e processar esses dados foi necessário criar outra figura fundamental: a escrita.

Por volta de 1500, a história fez sua escolha mais importante, modificando não só o destino da humanidade como também o destino de toda a vida na Terra. Nós a chamamos de Revolução Científica. Durante essa revolução, a humanidade adquiriu novas capacidades gigantescas, investindo recursos em pesquisa científica.O típico governante pré-moderno dava dinheiro para padres, filósofos e poetas na esperança que eles legitimassem seu poder e mantivessem a ordem social. Ele não esperava que eles descobrissem novos medicamentos, inventassem novas armas ou estimulassem o crescimento econômico.

Para entender o universo, precisamos relacionar as observações em teorias abrangentes. As tradições anteriores geralmente formulavam suas teorias na forma de histórias. A ciência moderna usa a matemática. Ao longo dos últimos 200 anos, desenvolveu-se um novo ramo da matemática para lidar com os aspectos mais complexos da realidade: a estatística. 

Na Europa medieval, a lógica, a gramática e a retórica formavam o núcleo educacional, ao passo que o ensino de matemática quase nunca ia além da simples aritmética e geometria. Ninguém estudava estatística. A monarca incontestável de todas as ciências era a teologia.

Mesmo em 1800, a maioria dos governantes que quisessem um exército forte e a maioria dos magnatas que quisessem um negócio próspero não se dava ao trabalho de financiar pesquisas em física, biologia ou economia.

Quando a Primeira Guerra Mundial se transformou em uma guerra de trincheiras interminável, ambos os lados convocaram cientistas para sair do impasse. Surgiram super armas: aeronaves de combate, gás venenoso, tanques, submarinos, metralhadoras, rifles e bombas cada vez mais eficazes. Na Segunda Grande Guerra, os alemães vieram com suas armas milagrosas, o foguete V2 e o avião a jato e estiveram prestes a virar o jogo, mas o grande final, já contra o Japão, foi a bomba atômica.

À medida que a ciência começou a resolver um problema insolúvel atrás do outro, muitos se convenceram de que a humanidade poderia superar todo e cada um dos problemas que a aflige. A pobreza, a doença, as guerras, a fome, a velhice e a própria morte não eram o destino inevitável da humanidade. O principal projeto da Revolução Científica é dar à humanidade a vida eterna. Especialistas em nanotecnologia estão desenvolvendo um sistema imunológico biônico composto de milhões de nanorobôs, que habitariam nossos corpos, abririam vasos sanguíneos obstruídos, combateriam vírus e bactérias, eliminariam células cancerosas e até mesmo reverteriam processos de envelhecimento.

A engenharia genética, a engenharia cyborg(que substitui partes do corpo humano) e a produção de seres completamente inorgânicos podem provocar uma transformação radical do Homo Sapiens rumo ao desconhecido, com todas as suas implicações éticas, comportamentais e sociais. Mas esse é assunto livro seguinte do autor, Homo Deus. 

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