Brasil pode transformar quase metade do lixo urbano em energia elétrica, aponta levantamento


As 28 regiões metropolitanas do Brasil com mais de 1 milhão de habitantes têm potencial para transformar anualmente mais de 38 milhões de toneladas de lixo em energia

Por Robson Rodrigues, Valor 23/12/2022

Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren) aponta que as 28 regiões metropolitanas do Brasil com mais de 1 milhão de habitantes têm potencial para transformar anualmente mais de 38 milhões de toneladas de lixo em energia.

O estudo utiliza dados do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares)referentes ao ano de 2021, que mostra que o Brasil produz cerca de 82 milhões de toneladas de lixo por ano, sendo que 38 milhões de toneladas (quase 48%) são geradas nestas regiões urbanas e poderiam ter uma destinação ambientalmente mais adequada e se tornar energia elétrica para a população.

A Abren calcula que seriam mais de 120 milhões de brasileiros beneficiados pela destinação adequada dos resíduos e da energia proveniente até 2040. O presidente da entidade, Yuri Schmitke, afirma que recuperação energética de resíduos pode contribuir para que o Brasil dê um fim ambientalmente mais correto à fração não reciclável dos resíduos sólidos urbanos (RSU), garantindo uma solução que contribua com os pilares do saneamento básico e da geração de energia elétrica.

Ao Valor, o executivo disse que o levantamento será apresentado ao novo governo, com carta que será destinada ao novo ou nova ministra do Meio Ambiente. Segundo ele, há grandes perspectivas de mudança do cenário, dado os enormes benefícios socioambientais decorrentes do saneamento dos resíduos e das mudanças climáticas.

“A extinção de lixões não interfere nos projetos de recuperação energética. Lixões existem em pequenos municípios isolados, ao passo que a recuperação energética é desenvolvida em regiões metropolitanas. Existe uma falácia no Brasil, reiterada há décadas, de que a recuperação energética é cara e o Brasil precisa primeiro cuidar dos lixões, mas os lixões permanecem recebendo a mesma quantidade de lixo há mais de 20 anos”, frisa o executivo.

Segundo Schmitke, tal discurso favorece apenas aqueles que querem manter o status quo ao enterrar o lixo sem fazer o efetivo tratamento, como determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos.A recuperação energética é uma prática utilizada há muitos anos na Europa e na Ásia, mas ainda é uma novidade no Brasil, tanto que a primeira usina de recuperação energética está em construção em Barueri (SP) pela Orizon Valorização de Resíduos após vencer um leilão em 2021.

Em 2040, o Brasil deve gerar anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de lixo. O Planares tem uma meta de que 34% do lixo passe por reciclagem e tratamento biológico. Restariam ainda 66%, ou 66 milhões de toneladas de lixo, que poderiam ser destinados à recuperação energética.

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/12/23/brasil-pode-transformar-quase-metade-do-lixo-urbano-em-energia-eletrica-aponta-levantamento.ghtml

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