A implementação de uma economia circular pode criar 700 mil empregos a mais no mundo até 2040 nos serviços necessários para garantir a circulação dos materiais
Por Daniela Chiaretti*, Valor — Lisboa 01/07/2022
Cerca de US$ 10 bilhões podem ser poupados globalmente com a substituição de 20% das embalagens de um único uso por opções que possam ser reutilizadas. A implementação de uma economia circular pode criar 700 mil empregos a mais no mundo até 2040 nos serviços necessários para garantir a circulação dos materiais.
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Depois de décadas de contínuo crescimento, o uso de plástico virgem por marcas e varejistas parece ter atingido o pico em 2021 e pode diminuir quase 20% até 2025. O progresso é explicado em boa parte pela reciclagem, mas isso não será suficiente para combater a poluição plástica. É preciso eliminar as embalagens de um único uso rapidamente.
Os dados são da Fundação Ellen MacArthur e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). A fundação é uma organização que incentiva a economia circular para enfrentar a mudança do clima, a perda de biodiversidade, eliminar desperdícios e a poluição.
Na Conferência do Oceano das Nações Unidas, esta semana, em Lisboa, 21 novos governos federais e estaduais se tornaram signatários do Compromisso Global por uma nova Economia dos Plásticos.
A iniciativa lançada há três anos faz com que empresas e governos se comprometam a combater a poluição plástica na fonte, mudando a forma de produzir e consumir, comprometendo-se com o reuso de plásticos. Há esforços também para redesenhar produtos que usam plásticos. Os signatários do compromisso têm que relatar seus avanços. Já existem 500 organizações que compartilham a ideia de se implementar uma economia circular para os plásticos.
Hoje, há 50 países, Estados e cidades comprometidos com a nova economia dos plásticos. Entre os 21 novos signatários estão o México e dez Estados brasileiros — Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e São Paulo.
“A participação dos governos no Compromisso Global é fundamental para a transição para uma economia circular de fato ocorra. Esses atores têm o poder de implementar políticas que incentivem o desenvolvimento e a expansão de soluções de economia circular, além de políticas que impeçam o avanço de práticas que contribuem com a poluição” disse Thais Vojvodic, gerente sênior na Iniciativa dos Plásticos da Fundação Ellen MacArthur, em nota à imprensa.
“Estabelecer metas concretas, que atuem na causa do problema, e que ajudem a dar escala às soluções de economia circular são fundamentais para garantir uma transição efetiva e adequada ao contexto da região”, disse Luisa Santiago, diretora da Fundação Ellen MacArthur na América Latina.
Alguns compromissos dos signatários incluem, por exemplo, a proibição de itens plásticos desnecessários e problemáticos, como sacolas plásticas, talheres e canudos de uso único, além do aumento da infraestrutura de reciclagem.
A jornalista viajou a Lisboa a convite da Earth Journalism Network (EJN) e da Fundação Calouste Gulbenkian.
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