A atração pela cidade vai além das praias e incentivos fiscais: ela é parte de um fenômeno maior
Por Maurício Benvenutti – O Estado de S. Paulo 23/02/2022
Completei 2 meses em Miami. O ambiente vibrante, repleto de pessoas do mundo inteiro interagindo entre si e criando coisas novas, me fez lembrar os 5 anos que vivi no Vale do Silício, de 2015 a 2020. A atmosfera pró-empreendedorismo do sul da Flórida está transformando a região.
Vale lembrar que a economia desse lugar já impressiona há décadas. A Flórida é o 4º estado mais rico dos EUA. Se fosse um país, seria a 17ª maior economia do mundo. Só a cidade de Miami, sozinha, ocuparia a 40ª posição desse ranking com um PIB anual de quase U$ 300 bilhões, na frente de Portugal e Chile, por exemplo.
Mas a pandemia colocou um novo ingrediente nessa receita: a tecnologia. Em dezembro de 2020, um investidor de São Francisco cogitou em seu Twitter que poderia se mudar para Miami. Imediatamente, Francis Suarez, prefeito da cidade, respondeu: “como posso ajudar?”.Depois disso, importantes nomes do venture capital californiano e do private equity nova iorquino se mudaram para a Flórida. E os bilhões que essa turma tem para investir acabaram atraindo milhares de empreendedores e startups.
Miami aos poucos se torna um grande polo da inovação
Mais de 220 mil pessoas se mudaram para Flórida entre julho de 2020 e 2021. Ou seja, 605 novos residentes por dia. Isso supera os números de qualquer outro estado americano. Para atender a demanda, há pelo menos 22 arranha-céus sendo construídos em Miami no momento, algo também não visto em outro lugar.
Entre as tecnologias desenvolvidas na cidade, o universo das moedas digitais se destaca. Miami trabalha para ser a “capital mundial das criptomoedas”. Ela sediou o Bitcoin Conference, um dos mais importantes eventos dessa indústria. O ginásio local da NBA passou a se chamar FTX Arena, nome de uma das principais bolsas de criptoativos da atualidade. Além disso, o poder público entrou de cabeça nessa área. O município recém anunciou a MiamiCoin, a primeira CityCoin a ser lançada que reverterá 30% dos seus ganhos para o governo investir na região. O prefeito passou a receber 100% do seu salário em bitcoin. E, logo, os funcionários da prefeitura poderão receber também. Não é à toa que o Financial Times elegeu Miami como a cidade mais importante dos EUA atualmente.
Tudo leva a crer que o motivo da atração do mundo por Miami vai muito além das suas praias e incentivos fiscais. O que estamos vendo na Flórida é mais um capítulo desse fenômeno anywhere que está provocando uma verdadeira dispersão dos hubs de inovação pelo mundo.
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