Autor: Paulo Milet* revista NeTebrasil 29/10/2021
Nos últimos tempos, a expressão METAVERSO tem começado a aparecer com mais frequência nas notícias do dia-a-dia.
Inicialmente entre aqueles mais interessados em Games. Logo depois naquelas notícias envolvendo Mark Zuckerberg e o FACEBOOK.
Zuckerberg diz que o futuro da Internet é o METAVERSO, resolveu investir 50 milhões de dólares para começar e até definiu que o novo nome da holding que controla o FB, Instagram e Whatsapp será META!
Mas afinal, o que é Metaverso?
A expressão parece ter surgido em um conto de 1992, do escritor Neal Stephenson que criou o conceito de um Universo paralelo, só existente e visível para os óculos especiais do herói da história.
Mas a ideia atual é bem maior do que essa. Alguns games já com 20 anos, como o “Second Life”, tentaram implementar um mundo similar a esse na internet, onde as pessoas poderiam ter um clone seu e viver em um ambiente paralelo (daí o nome second life).
Várias empresas estão pensando( e agindo) na direção do Metaverso. Google, Apple, Amazon, Microsoft, Roblox, Epic Games, e muitas outras já estão com projetos envolvendo as tecnologias que se cruzarão no Metaverso. Realidade Virtual e aumentada, Internet das coisas, Sensores e simuladores, vestíveis de todos os tipos, Inteligência artificial, robótica, blockchain, clones e muito mais. Com o 5G e logo depois o 6G muita coisa que está no papel, vai virar realidade (ou Meta realidade).
Mas vamos parar de falar em tecnologias incompreensíveis e vamos ver na prática como isso poderia funcionar?
Começamos vestindo nossas roupas coladas no corpo como a de um mergulhador, só que bem leves e confortáveis, com óculos e capacete especiais e com sensores em cada centímetro do corpo. Entramos na sala ou quarto da nossa casa, especialmente recauchutados e preparados e subimos em algo como uma esteira de caminhada 360 graus.
E aí a vida (ou meta vida) explode!
Começamos entrando no METAVERSO num domingo e nos dirigindo ao Maracanã, onde está sendo realizado um jogo do Flamengo. Assistimos ao jogo (vitória do Mengão!)e na saída resolvemos que a partida do Lakers pela NBA em Los Angeles, que começa em 5min merece ser vista e seguimos pra lá com a velocidade do pensamento.
E depois do Lakers? Que tal um jantar em Paris? Aí você se encontra com sua esposa que estava no teatro em Times Square (na verdade ela está em Brasília) e com um casal de amigos (ele mora em São Paulo e ela em Buenos Aires) e se reúnem em um restaurante bem simpático ali bem perto do Arco do Triunfo. Pedem o cardápio e escolhem os melhores pratos.
Mas como saborear no Metaverso? Não tem problema. Em 30min, um drone na sua janela (e nas janelas dos outros 3) faz a entrega dos pratos pedidos. As redes internacionais de distribuição fazem o casamento do mundo real com o Metaverso.
Mas, vamos em frente!
No dia seguinte (a noite anterior foi ótima! Afinal os sensores estão em cada centímetro do corpo), uma segunda-feira, vamos trabalhar.
Reunião na Paulista em Sampa com toda a Diretoria no vigésimo andar. (cada um dos diretores está na verdade em uma cidade diferente em países diferentes, mas todos estão se vendo e conversando como se estivessem no mesmo recinto).
Depois da reunião, não posso perder aquela aula sensacional no MIT, junto com mais 320.000 alunos interessados naquele tema.
Entre a reunião em Sampa e a aula em Boston, aproveitei pra fazer uma consulta geral com meu médico que estava naquele momento nas Bahamas. Ou seria em Cingapura?
Continuei as atividades encontrando com minha filha e netas dando beijos e abraços apertados e descendo em uma montanha russa na Disney. A “turkey leg” especial, voces já sabem, veio por drone. Mais cedo as meninas tiveram aulas de “machine learning” no vale do silício e visitaram as pirâmides no Egito.
A semana foi bem cheia. Ainda teve um show de Paul McCartney em Milão, aliás, em dupla com John Lennon. Porque não? Foi um sucesso! Platéia com 60.000.000 de beatlemaníacos!
E então? Deu pra pensar e sonhar com o Metaverso?
Quase ia esquecendo: Tudo foi sendo pago com meta moedas aceitas em todo o Metaverso e fora dele também.
Ficou mais claro? Tudo que você faz hoje na Internet (buscas, pesquisas, compras, estudo, trabalho, conversas, jogos…) vai continuar fazendo dentro do Metaverso, só que “presencialmente”!
E os problemas do mundo real? Foram resolvidos?
Só não serão se não quisermos. Não poderão mais existir problemas de educação e saúde. Os custos de comunicação e acesso ao Metaverso serão irrisórios. Produtividade total na agricultura e alimentação. Renda mínima garantida. Trabalho pesado só com as máquinas.
Certamente o Zuckerberg não pensou em tudo isso, mas nós temos que pensar.
E os limites? E as leis? E as fronteiras? E os impostos? E as empresas? E os governos? E os países? E o ar e a água?
E o mais importante: E as pessoas? Vão estar mais felizes? Ou seria Metafelizes?
*Paulo Milet – Formado em Matemática pela UnB e pós graduado em adm. pública pela FGV RJ – Pres. Conselho de Educação da ACRJ. Consultor e empresário nas áreas de Tecnologia, Gestão e EaD. Sócio Fundador da ESCHOLA.COM.
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