Com dívida de US$ 500 milhões e sem liquidez suficiente, fabricante de câmeras e filmes tenta reestruturar negócios e evitar nova crise
Carolina Ingizza – Exame – 13 de agosto de 2025
A Kodak, empresa centenária que se tornou sinônimo de fotografia no mundo, acendeu um alerta para sua sobrevivência. No balanço divulgado nesta segunda-feira, 11, a companhia afirmou que não possui “financiamento garantido ou liquidez disponível” para arcar com cerca de US$ 500 milhões em obrigações de dívida que vencem em breve.
Segundo documento enviado a investidores, as condições atuais “levantam dúvidas substanciais” sobre a capacidade de a empresa continuar operando.
Para tentar preservar caixa, a Kodak anunciou que vai interromper pagamentos de seu plano de pensão de aposentadoria.
A fabricante disse ainda que não espera impacto relevante das tarifas comerciais sobre seus negócios, já que muitos de seus produtos, como câmeras, tintas e filmes, são fabricados nos Estados Unidos.
Apesar das dificuldades, o CEO Jim Continenza afirmou no comunicado de resultados que, no segundo trimestre, a empresa “continuou avançando em seu plano de longo prazo” mesmo diante de um ambiente de negócios incerto.
Em resposta à CNN americana, um porta-voz afirmou que a Kodak está “confiante” de que quitará uma parte significativa de seu empréstimo antes do vencimento. A empresa também planeja adotar medidas como prorrogar prazos, refinanciar a dívida remanescente e ajustar as obrigações ligadas às ações preferenciais.
O mercado reagiu mal: as ações da Kodak chegaram a cair mais de 25% no pregão de terça-feira e fecharam com queda de 19.91%. Nesta manhã, no pré-mercado, os papéis operam com baixa de 0.92%.
Queda da gigante de fotografia
Fundada oficialmente em 1892, mas com raízes que remontam a 1879, quando George Eastman obteve sua primeira patente para uma máquina de revestimento de chapas, a Kodak revolucionou o acesso à fotografia com a venda de sua primeira câmera em 1888, ao preço de US$ 25, acompanhada do slogan “Você aperta o botão, nós fazemos o resto”.
Durante o auge, nos anos 1970, a companhia chegou a deter 90% do mercado de filmes e 85% do de câmeras nos Estados Unidos. Curiosamente, foi a própria Kodak que criou a primeira câmera digital, em 1975, mas não soube aproveitar a transição tecnológica. Em 2012, entrou com pedido de recuperação judicial, com dívidas de US$ 6,75 bilhões e cerca de 100 mil credores.
Em 2020, a Kodak viveu um pico de valorização após o governo dos EUA anunciar planos para que a empresa produzisse ingredientes farmacêuticos ativos (IFAs) durante a pandemia, reduzindo a dependência externa desses insumos.
Atualmente, a empresa segue fabricando filmes fotográficos e produtos químicos para clientes corporativos, licenciando sua marca para itens de consumo e buscando ampliar, ainda de forma limitada, sua atuação no setor farmacêutico.
É o fim? Kodak diz que pode fechar as portas após 133 anos e ações desabam mais de 25% | Exame
Se você tiver interesse e ainda não estiver inscrito para receber diariamente as postagens de O Novo Normal, basta clicar no link: https://chat.whatsapp.com/GeLUPi5zQ2582nGKD6JFey para WhatsApp e https://t.me/joinchat/SS-ZohzFUUv10nopMVTs-w para Telegram. Este é um grupo restrito para postagens diárias de Evandro Milet. Além dos artigos neste blog, outros artigos de Evandro Milet com outras temáticas, publicados nos fins de semana no Portal ES360, encontram-se em http://evandromilet.com.br/
Acesse o link abaixo para entrar no meu grupo do WhatsApp onde publico meus artigos semanais e entrevistas que faço no rádio e TV(em renegociação), sempre na temática inovação e negócios: https://chat.whatsapp.com/HqlJjC80rJ0Bu9lmsZgw5B
Sugestão: Se estiver procurando alguém para implementar uma solução de IA com agentes e engenharia de contexto veja a Aumo | Transformamos dados em soluções de IA avançadas