China apresentou drone espião do tamanho de um mosquito e se une ao avanço global dos microveículos aéreos não tripulados
Por Filipe Vidon — O Globo – 28/06/2025
RoboBees: microrrobôs voadores autônomos — Foto: Divulgação/Wyss Um drone do tamanho de um mosquito, revelado recentemente por um laboratório militar na Universidade Nacional de Tecnologia de Defesa (NUDT), na província de Hunan, na China, está sendo apontado como um marco no desenvolvimento de tecnologias de vigilância e espionagem.
Embora desperte preocupações sobre uso militar, essa mesma tecnologia de miniaturização extrema, combinada com inteligência artificial, também vem abrindo caminho para avanços na medicina de precisão, com microrrobôs cirúrgicos, e na agricultura, com drones polinizadores inspirados em insetos.
Com asas minúsculas e três “perninhas” finas como fios de cabelo, o aparelho foi exibido em uma reportagem da CCTV 7, o canal militar da televisão estatal chinesa. Segundo os pesquisadores, sua missão principal será atuar em operações de reconhecimento e infiltração sigilosa.
A apresentação pública do microdrone chinês levanta uma série de questões sobre os rumos tecnológicos e éticos da chamada guerra invisível. Em tempos de tensão geopolítica crescente, o surgimento de equipamentos com esse nível de miniaturização acende um alerta sobre os limites entre segurança e vigilância indiscriminada.
China revela ‘drone espião do tamanho de um mosquito’ — Foto: Reprodução
Silêncio, sigilo e alcance estratégico
Drones do tipo mosquito, apesar de limitados em poder ofensivo, têm um potencial estratégico imenso em ações de coleta de dados. Por seu tamanho reduzido e operação silenciosa, são especialmente projetados para ambientes de difícil acesso, como o interior de instalações militares, governamentais ou empresariais de alta segurança.
Em áreas urbanas densas ou cenários de guerra híbrida, um microdrone pode se infiltrar em prédios sem chamar atenção, posicionar-se em salas de reunião, ou mesmo seguir um alvo específico sem ser detectado. Segundo os especialistas, o risco de se tornarem ferramentas de espionagem em escala nunca antes vista é real e crescente.
Apesar do entusiasmo em torno da novidade chinesa, os desafios técnicos ainda são relevantes. A redução extrema de tamanho exige componentes mínimos, como sensores e baterias ultracompactas, que limitam o tempo de voo. Além disso, o controle remoto do drone ainda requer que o operador esteja a curta distância para manter a conexão, o que reduz a aplicabilidade em missões de longo alcance.
Inspirados pela biologia de uma abelha, pesquisadores do Instituto Wyss estão desenvolvendo RoboBees — Foto: Instituto Wyss da Universidade de Harvard
Corrida global pelos microdrones
Além do uso desses equipamentos em ações de segurança, essa tecnologia já está sendo desenvolvida para agricultura de precisão, monitoramento ambiental, medicina e inspeção de infraestruturas. Nesse cenário, o drone chinês não é o primeiro a se inspirar no mundo dos insetos.
A Universidade de Harvard desenvolve há anos o projeto RoboBee, que utiliza drones em miniatura com formato de abelha para missões de busca, resgate e polinização artificial. Alguns modelos já são capazes de voar e até nadar.
Para viabilizar a construção dos RoboBees, cientistas do Instituto Wyss criaram técnicas inovadoras de fabricação conhecidas como tecnologias microeletromecânicas Pop-Up (MEMs). Esse método de fabricação permite construir microrrobôs tridimensionais a partir de estruturas planas, ampliando significativamente os limites atuais do design e da engenharia robótica.
Utilizando materiais leves e dobradiças microscópicas, as peças se erguem automaticamente em formas complexas ao serem liberadas da base. Essa técnica facilita a produção precisa e em larga escala desses robôs em miniatura.
Pesquisadores do Instituto Wyss desenvolveram métodos de fabricação inovadores, as chamadas tecnologias microeletromecânicas Pop-Up (MEMs) — Foto: Instituto Wyss da Universidade de Harvard
No setor militar, microdrones do tamanho da palma da mão também foram criados na Noruega e amplamente adotados por forças armadas do Reino Unido, dos Estados Unidos e da Ucrânia. Desde o início da invasão russa em 2022, unidades ucranianas de operações especiais têm usado os “Black Hornet” em áreas como Kursk para reconhecimento e mapeamento em tempo real.
— Trata-se de uma corrida multidisciplinar que une controle remoto, sensores microscópicos e inteligência artificia — definiu um estudante da NUDT durante a apresentação do projeto.
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