No Brasil, de acordo com os dados do relatório “Futuro do Trabalho”, as empresas já planejam aprimorar trabalhadores com foco em inteligência artificial e alfabetização tecnológica entre outras habilidades
Por Rafael Vazquez, Valor — Valor – 08/01/2025
As transformações proporcionadas por novas tecnologias, principalmente as digitais, já mudaram o mercado de trabalho no mundo e no Brasil e exigem que tanto trabalhadores quanto empresas se adaptem rapidamente por questões de empregabilidade, de um lado, e de produtividade, do outro. Segundo o relatório “Futuro do Trabalho”, elaborado globalmente pelo Fórum Econômico Mundial com parceria da Fundação Dom Cabral (FDC) no Brasil, o movimento terminará com o fim de algumas profissões, mas o saldo entre a destruição de vagas e a criação de outros postos de trabalho mais modernos deixa um saldo positivo de 78 milhões de empregos no mundo.
No Brasil, de acordo com os dados do levantamento, nove em cada dez empresas já planejam, até 2030, aprimorar trabalhadores com foco em inteligência artificial (IA), “big data”, pensamento crítico, alfabetização tecnológica e lógica geral.
“O relatório não é catastrófico, pois estamos dizendo com total clareza que essa demanda por tecnologia vai gerar mais postos de trabalho [do que irá destruir]”, comenta o professor e diretor do núcleo de Inovação e tecnologias digitais da Fundação Dom Cabral, Hugo Tadeu, responsável pelo relatório no Brasil.
Contudo, Tadeu afirma que as empresas terão que patrocinar treinamentos adequados de qualificação e requalificação da mão de obra para que as suas próprias demandas sejam atendidas. Segundo ele, no Brasil, a educação básica e as universidades ainda não se modernizaram suficientemente para formar trabalhadores capacitados para uma demanda que já existe e vai crescer significativamente nos próximos cinco anos.
“A maioria dos trabalhadores já entendeu isso. Inclusive, quem estiver empregado onde a empresa não está oferecendo treinamentos com profundidade de requalificação, deveria fazer por conta própria para garantir a empregabilidade”, observa o professor da FDC.
Conforme mostra o relatório, em termos globais, 65% dos trabalhadores consideram a requalificação como essencial para manter empregabilidade. Além disso, 78% buscam oportunidades de treinamento para aprimorar as habilidades e 70% estão dispostos a dedicar tempo fora do expediente para aprimoramento profissional.
Investimento em qualificação
Do lado das empresas, o relatório aponta que 85% dos executivos entrevistados em 55 países afirmam estar dispostos a investir no aprimoramento das competências dos funcionários. Nesse sentido, as habilidades mais demandadas incluem pensamento analítico, resiliência, flexibilidade, agilidade, liderança e influência social, além das competências técnicas para o desempenho de cada função.
No recorte brasileiro do estudo, os dados apontam que, até 2030, ao menos 37% das habilidades dos trabalhadores mudarão por exigência das empresas. Além disso, 58% das empresas já pretendem recrutar funcionários com novas habilidades e 48% das companhias planejam “transitar” funcionários de funções em declínio para funções em crescimento. Conforme explica Tadeu, “transitar” significa que as empresas irão demitir profissionais que ficarão obsoletos ou prepará-los para desempenhar novas funções.
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