A ambição da China em IA acelera a adoção da tecnologia em empresas de vários setores, incluindo algumas presentes no Brasil
Por Carlos Vasconcellos, Para o Valor — 29/11/2024
A inteligência artificial (IA) é estratégica para empresas e governos no mundo inteiro. Dominar a tecnologia vai oferecer vantagem competitiva importante no cenário global. Nessa corrida, a China tem o objetivo ambicioso, definido em 2017, de chegar à liderança até 2030.
Cerca de 4,5 mil empresas chinesas atuam no segmento. Em 2023, os investimentos em IA no país chegaram a US$ 81 bilhões, atrás apenas dos Estados Unidos. Em março deste ano, o governo chinês divulgou o relatório AI Plus, em que revela planos para digitalizar e modernizar a economia por meio da IA.
A corrida passa pelo desenvolvimento de plataformas próprias de LLM (Large Language Model), a modalidade de IA mais popular dos últimos tempos, que recebe instruções e apresenta resultados em formatos compreensíveis para leigos, como texto ou vídeo. Como a da 01.AI, de Pequim. O empreendedor e PhD taiwanês Kai-Fu Lee, que lançou a iniciativa em março, disse que busca superar uma necessidade. “A China não tem acesso ao Open AI e ao Google, porque essas empresas (americanas) não disponibilizam seus produtos no país. Então, muitos que tentam desenvolver LLM buscam uma solução para um mercado que realmente precisa disso”, afirmou.
Grandes empresas chinesas – inclusive algumas com forte presença no Brasil – aplicam IA em vários estágios de seus processos. Ao assumir o comando do Alibaba Group em 2023, o CEO da empresa, Eddie Wu, afirmou que IA seria prioridade. Em setembro, durante um evento realizado na China, declarou: “A maior oportunidade para a IA está além das telas dos smartphones. Ela vai dominar o reino digital e transformará o mundo físico”.
A nova tecnologia vem sendo explorada no setor automobilístico. BYD, GWM e GAC, três montadoras com investimentos em andamento ou anunciados no Brasil, empregam IA no desenvolvimento de projetos e nos processos de fabricação, no conceito de “fábricas inteligentes”. A tecnologia também é fundamental nos veículos autônomos. Segundo a JP Morgan Research, até 2030, cerca de 56% do mercado chinês deve ser ocupado por veículos com automação de nível três (na escala de zero a seis usada pelo setor, o nível três indica que o motorista conta com um sistema autônomo do tipo liga-e-desliga capaz de conduzir o veículo, mas precisa estar alerta para retomar o controle a qualquer momento).
A gigante Huawei Technologies, com o quarto maior investimento do mundo em P&D, avança em diversas frentes: lança chips específicos para IA e cria aplicações para áreas diversas, como infraestrutura de TI e cidades inteligentes. No Brasil, aplica a tecnologia em setores como petróleo e gás, mineração, portos, geração solar e bancos. Um exemplo é o Artificial Intelligence Contact Center (AICC), uma ferramenta de atendimento ao consumidor. Outro exemplo está no Armazém Inteligente da Huawei, em Sorocaba (SP), com 22 mil metros quadrados, que usa tecnologias de IA e “cloud” e uma rede 5G que conecta veículos, câmeras e outros equipamentos. “São 12 antenas, capazes de conectar até 300 dispositivos inteligentes”, diz Atílio Rulli, vice-presidente de relações públicas da Huawei América Latina. O transporte de matéria-prima e equipamentos fica a cargo de 12 VGIs (Veículos Guiados Inteligentes) autônomos. “Ganhamos 25% na eficiência. A redução do ciclo de produção foi de 17 para sete horas e a do tempo de contagem do inventário, de 48 horas para duas.”
Rulli explica que a estratégia é promover a transformação digital de cada setor. “A IA é um grupo de tecnologias e nosso objetivo é torná-las mais acessíveis, utilizáveis e confiáveis”, diz. Ele vê alguns desafios no caminho. Um deles é a formação de mão de obra. “O Brasil é o segundo país do mundo onde a Huawei mais treina estudantes”, conta. “Por meio do ICT Academy, projeto on-line e gratuito, universidades podem inscrever seus departamentos de tecnologia, matemática, ciências e engenharia, tornando-se parceiras do programa.” No Brasil, há mais de 200 instituições parceiras e mais de 15 mil estudantes foram treinados em 2023.
Rulli observa que tudo isso é só o começo. “O próximo passo da jornada da transformação digital é que governos, residências e empresas, de todos os setores econômicos, se tornem totalmente conectados”, diz. “No lugar da internet das coisas, teremos a inteligência das coisas – um conceito que deve mudar a nossa interação com as máquinas e abrir novas oportunidades de negócios.”
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