Segundo Glauco Arbix, o Brasil tem muito a aprender com a trajetória do Vietnã, que se tornou um polo de excelência de profissionais com mais de 40% dos graduados especializados em ciência
Glauco Arbix / Rádio USP – 27/08/2024
Glauco Arbix foca esta edição de sua coluna na indústria de semicondutores, um dos setores mais estratégicos e promissores da economia global, com um mercado estimado para alcançar US$ 1 trilhão em 2030. Os semicondutores são essenciais para qualquer aparelho eletrônico e a demanda por esses microchips explodiu após a pandemia, com o crescimento da digitalização e com os avanços da inteligência artificial (IA).
“A disputa entre Estados Unidos e China, além de aumentar a procura por semicondutores, está forçando uma reconfiguração das cadeias de valor e do mapa global de produção de chips, o que abre oportunidade para muita gente, inclusive para nós, aqui no Brasil”, diz Arbix.
De acordo com ele, o Vietnã é hoje o país cuja evolução nesse setor o tornou um centro global de semicondutores – mostrando uma taxa de crescimento na indústria de semicondutores constante desde 2016 – e o levou a se colocar entre os dez maiores exportadores globais de semicondutores e circuitos integrados, “atraindo empresas dos Estados Unidos, que praticamente destruíram o país há 50 anos numa guerra, e o Vietnã passou a ser o terceiro maior exportador asiático de semicondutores para os Estados Unidos, depois de Taiwan e Malásia”.
Arbix explica o segredo que está por trás dessa evolução: “O plano estratégico do Vietnã impressiona pela simplicidade, o Vietnã investiu em gente, tornou-se um polo de excelência de profissionais, com mais de 40% dos graduados especializados em ciência, engenharia, que acabaram colocando o país entre as dez principais nações do mundo com maior número de formandos em engenharia. É uma força de trabalho qualificada, que posicionou o Vietnã para se tornar um centro global e, ao mesmo tempo, permitiu que as empresas absorvessem o conhecimento que vem das grandes multinacionais”.
O colunista diz que o Brasil tem muito a aprender com a trajetória do Vietnã, “a começar por aproveitar as oportunidades dos conflitos entre Estados Unidos e China, o Brasil pode ser beneficiado da migração de empresas de chips desses dois países, o Brasil é amigo dos dois, o Brasil tem parceiros tecnologicamente avançados em praticamente todo o mundo, o Brasil tem uma matriz energética limpa, que é a chave para atrair investimentos, tem um enorme estoque de metais críticos chamados de terras raras e tem capacidade de potencializar nossa engenharia, que já produziu, veja, o primeiro chip em 1970, dois anos após a criação da Intel, e hoje nós não temos uma indústria robusta de chips.
É hora de dar foco à nova política industrial, de aproveitar o plano aprovado pelo Senado e definir um rumo claro para que o Brasil possa formar milhares de engenheiros capazes de impulsionar a nossa indústria”.
Observatório da Inovação
A coluna Observatório da Inovação, com o professor Glauco Arbix, vai ao ar quinzenalmente, terça-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
Vietnã assume posição de destaque no setor de semicondutores – Jornal da USP
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