Cavalos, bicicletas e tecnologias com vontade própria


À medida que as ferramentas se superam, precisamos aprender ou reaprender a nos comunicar com cada uma

Crédito: Freepik


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PJ PEREIRA – Fast Company Brasil – 15-08-2024

Trocar programas tradicionais por novas ferramentas de IA é como substituir uma bicicleta por um cavalo. Se os programas antigos, como bicicletas, fazem exatamente o que queremos, também exigem que nossas “pernas” façam todo o esforço. Já a nova geração de aplicações inteligentes é como cavalos: têm seu próprio poder e tomam decisões inesperadas.

Essa mudança altera a relação entre humanos e máquinas, especialmente em tarefas criativas. Saber montar não significa conhecer uma forma de controlar todos os cavalos. Cada animal é diferente e, se nós estamos constantemente aprendendo a lidar com eles, eles também estão.

À medida que as ferramentas se superam, precisamos aprender ou reaprender a nos comunicar com cada uma. O comando que funciona para uma plataforma pode ser inútil em outra. Saber lidar com essas diferenças nos permite transitar melhor no nosso estábulo tecnológico.

Como nos preparar para esse mundo de cavalos digitais? Clareza. Essas “criaturas” contam com comandos precisos. Que se alguma coisa não foi explicada, é porque você não pensou a respeito, e é função dele tomar essa decisão. Se descreveu requerimentos demais, é função deles escolher o que ignorar.

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E se os cavalos contam que você foi tão claro quanto consegue ser, você também pode contar com algumas coisas do lado de lá:

– Evolução: essas “criaturas” aprendem rápido, se atualizam constantemente, muitas vezes sem aviso. Além das novas versões, há ajustes acontecendo nos bastidores, baseados no seu comportamento e em habilidades aprendidas por outros cavalos. (Surpresa: cavalos digitais se comunicam por telepatia!)

– Personalidades únicas: o mesmo comando em duas ferramentas pode gerar resultados diferentes. Compreenda essas diferenças e escolha o cavalo certo para cada tarefa.

– “Opinião”: bicicletas respondem como queremos. Se a pilotarmos para um despenhadeiro, ela vai. Cavalos, não. Isso pode ser incômodo, mas se você contar com esse atributo, ele pode ajudar. Talvez sua instrução esteja complexa demais, talvez não funcione. Entenda o porquê. Às vezes isso ajuda a refinar uma ideia.

Estamos entrando em um novo tipo de computação. Evoluímos de um mundo baseado em código, em que os computadores executam tarefas conforme programado, para um modelo baseado em aprendizado, no qual os programas evoluem conosco e com o mundo. Isso não os torna “vivos”, mas traz aspectos de como lidamos com seres vivos, nos preparando para a nova era digital.

Essas mudanças exigem reeducação. Não só para usar essa nova geração de ferramentas, mas para aprendermos, homens a máquinas, a poder contar um com o outro.


SOBRE O AUTOR

PJ Pereira é escritor, publicitário e co-fundador da Pereira O’Dell e da Silverside.AI

PJ Pereira, Autor em Fast Company Brasil

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